sexta-feira, dezembro 30, 2011

RESULTADO - 9º CONCURSO LITERÁRIO SOPMAC DE POESIA 2011

Idealização e Coordenação: Eliseu Penkynha Brazil
DIVULGA RESULTADO FINAL/Dezembro 2011

Participaram deste Certame, 84 poetas, de todo o Brasil, com um total de 206 poesias inscritas. Neste concurso premiamos do 1º ao 10º lugares e mais três menções honrosas. 
A comissão julgadora foi formada por:
Armando Oliveira Lima (Presidente do Instituto Darcy Ribeiro, coordenador do DEPOESIA);
Eliseu F. de Campos (escritor);
João Batista Alvarenga (Professor de Língua Portuguesa e revisor de textos);
Maria Rita Terra Alvarenga (Professora de Artes e artesã);
Sueli Aduan (Oficineira de Literatura pela Secretaria de Estado da Cultura e professora no SENAC).
OS VENCEDORES FORAM:
1º lugar/poesia: SABER DAS CRUZES
Autor: Roque Aloisio Weschenfelder – Santa Rosa-RS
pseudônimo: Tumbante
2º lugar/poesia: MÁSCARAS
Autor: Luiz Gondin de Araujo Lins – Rio de Janeiro – RJ
pseudônimo: Viajante
3º lugar/poesia: ESMERALDAS ENTRE OS LIVROS
Autor: Glauco Paludo Gazoni – Chapecó – SC
Pseudônimo: Lupo Grigiastro
4º lugar/poesia: A TAÇA 
Autor: Vera Maria Barbosa – São Paulo – SP
pseudônimo: Primavera Azul

5º lugar/poesia: OS REIS 
Autor: Renata Paccola – São Paulo – SP
pseudônimo: Jean-Jacques Rousseau

6º lugar/poesia: A FLOR
Autor: Patrícia Diniz Santos – Natal - RN
pseudônimo: Lua Azul

7º lugar/poesia: PELE, CABELO, FARELO E PENTELHO
Autor: Rodrigo Vargas Souza – Florianópolis – SC
Pseudônimo: Zé das Letras

8º lugar/poesia: Uma Longa Conversa Entre o Boneco e o Ventriloquo
Autor: Paulo Roberto da Costa Feitosa – São Paulo - SP
pseudônimo: Pablo Abyss

9º lugar/poesia: ESTANDARTE
Autor: Perpétua Amorim – Franca - SP
pseudônimo: M. Clarice

10º lugar/poesia: DESPERTAR NA CIDADE
Autor: Francisco Ferreira – Betim – MGpseudônimo: Orpheu da Conceição
MENÇÕES HONROSAS

Poesia: DIA TRISTE
Autor: Alan Posenatto – Niterói - RJ
Pseudônimo: Esopo
 
Poesia: OS GALOS DA MINHA RUA
Autor: Reginaldo Costa de Albuquerque – Campo Grande - MS
Pseudônimo: Íris

Poesia: AGÓGICA
Autor: Geraldo Trombin - Americana – SP
Pseudônimo: Areg
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ESCRITORES SOROCABANOS HOMENAGEADOS

Lourdinha Blagitz: livro = “Êta Trem Bão, Sô!”, Crearte Editora;
Sueli Aduan: livro = “Avidamente Olho Para o Mundo”
                                 Editora Multifoco;
João Batista Alvarenga: livro: “Plexo Solar”, Crearte Editora;
                      Livro: “Homenagens Poéticas”, Crearte Editora      
Eliseu F. de Campos: livro: “Cronicoesia”, Crearte editora.
Obs.: Os escritores acima receberam Certificado de Menção Honrosa pela homenagem, e, seus livros foram entregues como prêmios aos vencedores do 9º Concurso Literário Sopmac de Poesia 2011 
1º LUGAR
Prêmio: Certificado de Participação (1º lugar) + livros:Êta Trem Bão, Sô!”, de Lourdinha Blagitz  e “Cronicoesia”, de Eliseu F. Campos
SABER DAS CRUZES

A estrada busca nas curvas
Os restos mortais
De fantasmas salientes
            Mutilados
            Sem rostos
            Sem almas
Nomes perdidos
Em chamas alcoolizadas
           
Nas curvas as retas encontram
Duendes entristecidos
Sem explicações convincentes
            Foi pneu furado
            Velocidade demais
            Sono no volante
            Freios com falhas
Em chamas petrolizadas

As cruzes com luzes
Avisam aos viajantes,
Persistentes e perenes andantes:
            Aqui, antes,
            Qualquer dia
            Qualquer noite
            Almas partiram
De corpos humanos em destroços

As cruzes sabem
O que as curvas ignoram
Mas, as máquinas não sabem
Que matar é pecado
E a saudade não sabe perdoar
                                      Roque Aloisio Weschenfelder
                                      Santa Rosa - RS 

Roque Aloisio Weschenfelder, graduado em Letras, professor de Português, Inglês e Literatura, escritor premiado em dezenas de concursos literários e textuais diversos, no Brasil e em Portugal, integra mais de meia centena de antologias literárias, é autor dos livros: “Mundo de Impressões” – poesia, “A Borboleta Brilhante” – infantil e “O ouro dos Dias” – coletânea de textos premiados. Realiza oficinas de criação textual e foi Patrono da “Feira do Livro – 2011”, de Santa Rosa – RS. Colabora com artigos na imprensa e publica textos no www.recantodasletras.com.br/autores/roquealoisio, é colunista no site www.gostodeler.com.br e www.zulupa.com.br Blog pessoal: www.professoroque.spaceblog.com.br









2º LUGAR

         Prêmio: Certificado de Participação (2º lugar) + livros: “Êta Trem Bão, Sô”, de Lourdinha Blagitz  e “Plexo Solar”, de João B. Alvarenga

MÁSCARAS

Ria do que acontecia,
do que nem o atingia,
ria de tudo, de nada.
Era uma forma de defesa,
de manter a luz acesa,
mesmo na negra madrugada.

Riu da vida, do fraco, do forte,
Por vaidade, por esporte,
Era um riso contagiante.
Riu da tristeza, da saudade,
Da mentira e da verdade,
O riso nunca era bastante.

Riria ainda por alguns anos,
Por vitórias, perdas e danos,
Gargalhava sem nenhum cansaço.
Até que deu o riso derradeiro,
Sem anúncio, sem letreiro,
Morreu no circo _ era palhaço.
                                      Luiz Gondin de Araujo Lins
                                      Rio de Janeiro - RJ
Luiz Gondin de Araujo Lins:
         17 obras publicadas;
         583 prêmios em concursos literários;
         Presidente da Academia Cearense de Ciências, Letras e Artes/RJ;
         Vice-presidente da União Brasileira dos Escritores/RJ















3º LUGAR
         Prêmio: Certificado de Participação (3º lugar) + livros: “Homenagens Poéticas” de João Batista Alvarenga e “Acontece” de Laé de Souza
ESMERALDAS ENTRE OS LIVROS

Sempre gostei de bibliotecas
Sempre amei os livros e
Sempre ansiei por conhecimento.
Mas, hoje, a biblioteca ofertou-me
Algo mais sublime que qualquer quimera dantesca
Algo mais sublime que qualquer descrição bucólica
De um idílio perfeito, poético e suave.
Ofertou-me ela (a biblioteca)
Uma visão desconcertante
-embora singela
Um vislumbre sereno
Do que há de mais belo
Não só na biblioteca, mas também fora dela

         ____ ____

Vi um par de esmeraldas, brilhantes, esféricas
Divinas, augustas, decerto feéricas
Que olhei deslumbrado, quedando absorto
Para, então, dar-me conta (não sem muito esforço)
Que não eram pedras, nem joias nem nada:
Eram os olhos verdes da moça faceira
Que, na biblioteca, trabalha a semana inteira
Enfeitiçando marmanjos com sua mirada.

                                               Glauco Paludo Gazoni
                                                   Chapecó – SC

Glauco Paludo Gazoni: Nascido no oeste catarinense, o autor permaneceu em sua cidade natal, Chapecó, até concluir o Ensino Médio, em 2003. No ano seguinte, mudou-se para a capital do Estado, Florianópolis, para iniciar o curso de Relações Internacionais na UNISUL – Universidade de Santa Catarina. Tendo concluído o mesmo em 2009, tem se dedicado desde então ao estudo de línguas estrangeiras e a uma pós-graduação em Marketing Estratégico Internacional.










4º LUGAR
         Prêmio: Certificado de Participação (4º lugar) + livros: “Plexo Solar” de João Batista Alvarenga e “Avidamente Olho Para o Mundo” de Sueli Aduan
A TAÇA

         Uma taça semicheia
ou semivazia.
Não sei.

O vinho, a embriaguez.
A comemoração, ou a fuga?
Não sei.

O bebericar tranqüilo
ou a avidez de um só gole?
Não sei.

Bebe-se pela alegria e pela tristeza;
pela chegada e a despedida;
pelos encontros e desencontros;
pela doída saudade, doída.

Bebe-se pelo sucesso
e, também pelo infortúnio;
pelo tédio e pela euforia;
         para celebrar o nascimento
e para chorar a morte.

Bebe-se até para se sentir vivo.

                                      Vera Maria Barbosa
                                         São Paulo – SP


Vera Maria Barbosa: é mineira de Cana Verde há 57 anos. Formou-se em Ciências Contábeis, ingressou no serviço público, onde se aposentou em 1997.
Sempre amou ler e, depois que se aposentou começou a pôr as idéias no papel.
Já escreveu contos, crônicas, mensagens, poesias e uma autobiografia em gestação.









5º LUGAR
Prêmio: Certificado de Participação (5º lugar) + livros: “Cronicoesia” de Eliseu F. Campos e “Homenagens Poéticas” de João Batista Alvarenga
OS REIS
         Certo dia,
         Midas e Momo se encontraram,
         e, num passe de magia,
         um no outro se transformou.

         Midas vestiu a fantasia,
         Momo vestiu a realeza,
         Mas, nada deixou no lugar.
         Adorava brincar!

         Todavia,
         Em ouro se transformava
         O que quer que ele tocasse.
         Que desastre!

         Momo, coitado, tudo daria
         Para ter de volta a alegria.
         Quanta saudade!

         Momo conheceu a tristeza,
         e Midas, a felicidade.
Momo conheceu a riqueza,
e Midas, a liberdade.

Momo, sem companhia,
vagava só, em meio à folia.

Midas pôde, novamente tocar
o corpo de uma mulher
sem ocorrer nenhum mal.

Todavia,
depois do quarto dia,
aquela estranha magia
chegou ao seu final.

         Momo despiu a realeza.
Midas despiu a fantasia,
e tudo voltou ao normal.

Hoje, com certa tristeza,
lembram que houve, um dia,
que transformou cada qual
para o resto de suas vidas,
apenas por fantasia,
Midas em Momo, e Momo em Midas,
na perfeita alegoria
que se chama Carnaval!

                                      Renata Paccola
                                         São Paulo – SP


Renata Paccola: advogada, autora dos livros: “DE VULTO A VOLTA”, “TEMPO” E “GRILHÕES DE VIDRO”. Participou em várias Coletâneas.
É presidente da “Sociedade de Cultura Latina do Brasil”/SP e Conselheira da UBT/SP (União Brasileira dos Trovadores), pertence à UBE (União Brasileira dos Estudantes), Casa do Poeta “Lampião de Gás”, APPERJ, Clube da Simpatia (Portugal), delegada, no Brasil, do Clube de Trovas e Cantigas (Portugal), membro correspondente da Academia Pindamonhangabense de Letras, Casa do Poeta de Salvador (POEBRAS), Casa do Poeta e Escritor de Ribeirão Preto (CPERP), Academia Cachoeirense de Letras (Cachoeiro de Itapemirim – ES).









6º LUGAR
         Prêmio: Certificado de Participação (6º lugar) + livros: “Plexo Solar” de João Batista Alvarenga e “Cronicoesia” de Eliseu F. Campos
A FLOR

         A menina olhou:
         Da extensão do muro branco,
         mistura de cal e limo,
surgiu uma flor.

A menina pensou:
Nem perfume tinha a flor.
Uma espécie vagabunda,
sem riqueza nem encanto.

A menina amou:
Quão forte era a flor!
Surgiu da rigidez do muro,
transformando a muralha em moldura.

A menina entendeu:
Se a flor surgiu do nada,
Nada pode ser tão perverso.
E desistiu de morrer.
                            Patrícia Diniz Santos / Natal – RN
         Patrícia Diniz Santos: nasceu no Rio de Janeiro, mas reside em Natal (RN). É graduada em Jornalismo, com especialização em Administração Pública. Foi premiada, com a Crônica “A Descoberta”, em primeiro lugar no concurso literário Senhora dos remédios (MG), e, com o Conto “Encontro com a memória”, o segundo lugar no concurso dos Bancários/RN (2009). Com a Crônica “Esperança Sertaneja” foi destaque no VI concurso ‘Rubem Braga de Crônicas’, da Academia Cachoerense de Letras. Participou de várias antologias.



















7º LUGAR
         Prêmio: Certificado de Participação (7º lugar) + livro: “Plexo Solar” de João Batista Alvarenga
PELE, CABELO, FARELO E PENTELHO

Tudo que varro em minha casa é pedaço de mim,
Pelo,
Pele,
Cabelo,
Pentelho.
Tudo que varro em minha casa é pedaço de mim,
Vira poeira,
Passado.
Tudo que varro,
Cai de mim,
Alegria,
Tristeza,
Anarquia!
Tudo eu varro de minha casa vem com o vento,
Farelo.
Pentelho,
Cabelo.
E depois de varrer tudo,
Ainda fica seco,
Grudado no chão,
Pus,
Lágrima,
Cuspe,
Catarro.
E nas quinas,
Pelos cantos,
Pele,
Pentelho,
Cabelo,
Farelo.
Não importa a ordem,
Estão todos pela casa,
Como a tinta na tela de um quadro abstrato,
E tudo que não voa e não gruda no chão,
Permanece vivo na alma,
Amor,
Arte,
Desejo e poesia (...)
                                      Rodrigo Vargas Souza
                                      Florianópolis – SC

Rodrigo Vargas Souza: é poeta e arquiteto, residente em Florianópolis no Estado de Santa Catarina. Começou a escrever na adolescência, inspirado por Cruz e Souza, Carlos Drummond de Andrade, Mário Quintana, Ferreira Gullar, Haroldo de Campos e pela poesia Beatnik. Já contribuiu com diversos jornais com textos, poesias e fotografias.
8º LUGAR
         Prêmio: Certificado de Participação (8º lugar) + livro: “Cronicoesia” de Eliseu F. Campos
UMA LONGA CONVERSA ENTRE O BONECO E O VENTRÍLOQUO

Deus sabe ou talvez não queira mais saber que tenho um altar para canções tristes...
O combustível é você, para esse fogo que arde sem se ver?
Cresci regado a prantos de pessoas que não fazem por merecer...
Siga-me, então...
Siga-me, então...
Tenho flores fúnebres, se seu orgulho é uma forma de ficar aqui...
Afinal, se a moral não é tão forte, é desejo...
Se o coração é vulgar e não há lápides no terço de leis leoninas, é desejo...
Nuvem de moscas onde o receio pereceu junto ao desprezo?
É desejo...
Um telefonema para falar de coisas óbvias e de quase nenhum sentido, é desejo...
Convites para filmes chatos e caminhadas longas e banais, é desejo...
Ficar em casa em companhia do domingo mais frio, é lampejo, e de gênio...
É o resgate de um tempo para refletir,
No sincero abraço do mais querido amigo,
No melhor dos beijos ardentes da amada,
Na postura dos vanguardistas,
No punho fechado da Esquerda Separatista,
No ideal de todos os anarquistas,
Entre tantas outras coisas da vida...
Isso tudo é verdade?
Isso tudo é real?
Isso tudo é vaidade?
Isso tudo é banal?
As pessoas são reais?
Creio que não...
Talvez, seus fantasmas sim,
Elas têm medo deles...
O medo é a religião mais popular do mundo,
Todos creem nele,
É o limite da fé,
O ápice do apelo.

                            Paulo Roberto da Costa Feitosa
                               São Paulo – SP




SEM MINIBIOGRAFIA!


9º LUGAR
         Prêmio: Certificado de Participação (9º lugar) + livro: “Cronicoesia” de Eliseu F. Campos
ESTANDARTE

         Os penduricalhos que carrego na alma
         Muitas vezes, incomodam
         Muitas vezes, afugentam outros adornos
         Muito mais sofisticados, finos e de bom gosto
         Mas, pensando bem,
         São meus penduricalhos
         Parte de mim
         Patchwork de chita barata
         Finas fitas de cetim
         Jardins de papel crepom
         Estandartes feitos pra mim.

                                               Perpétua Amorim
                                                  Franca – SP


SEM MINIBIOGRAFIA!



10º LUGAR
         Prêmio: Certificado de Participação (10º lugar) + livro: “Cronicoesia” de Eliseu F. Campos

DESPERTAR NA CIDADE


         A noite, avançada em horas, sorri
         sorrisos de dentes ausentes, prostituta
         sem clientes a seduzir mendigos.
         Abriga, em seu colo de negrumes,
os bichos e as almas rotas.
Um galo desavisado rouba o sono dos trabalhadores
em uníssono com cachorros vadios.
O centro da cidade madruga de cara inchada e ressaca,
duvidosas damas osculam
uns últimos vinténs, enfastiadas.
Bêbados boêmios brindam
derradeiros copos cansados.
O comércio cerra as portas noturnas
e, em paz, pare o dia.
Os motores bafejam fumaça quente
sobre os últimos ventos frios,
sonolentos dedos abraçam volantes, entrelaçam-se
em suportes de do trem, ônibus e metrô
anelados de dormência e preguiça.
O mercado ensaia a ópera, da muita oferta
e da pouca procura, enquanto o sol espreguiça
em múltiplos braços de deus indiano.

                                      Francisco Ferreira
                                         Betim - MG





SEM MINIBIOGRAFIA!











MENÇÃO HONROSA
Prêmio: Certificado de Menção Honrosa + livro: “Cronicoesia” de Eliseu F.Campos e “Acredite Se Quiser!” de Laé de Souza
DIA TRISTE
Na caixa de sabão,
sepultada na massa podre,
uma formiga está
amarela de tão morta
da cor duma foto esquecida
duma flor que não brotou
dum Cristo de Gauguin
velha além da velhice
não consta no livro dos dias
nisto se transforma
a leda meninice!
E não quero contra isso
a alegria da comparação
da vida toda
com este dia triste
ele existe
amarelo
enferrujado
feio
triste!
                    Alan Posenatto  / Niterói - RJ
MENÇÃO HONROSA
Prêmio: Certificado Menção Honrosa + livro: “Cronicoesia” de Eliseu F. Campos e “Coisas de Homem Coisas de Mulher” de Laé de Souza
AGÓGICA

A musicalidade do meu peito
Varia com meus acordes,
Meus acordares.
É pentagrama da minha partitura,
Dos meus movimentos,
Em vários andamentos:

Adágio a cada amanhecer;
Andante a cada resplandecer;
Allegretto a cada saber;
Allegro a cada enternecer;
Vivace a cada renascer;
Presto con fuoco a cada merecer;
Prestíssimo ao te conhecer;
Tempo primo a cada adormecer.

Assim, os sentimentos vou notar,
Assim, a vida vou tocar.
                   Geraldo Trombin / Americana - SP
Geraldo Trombin: publicitário, membro do “Espaço Literário Nelly Rocha Galassi” – de Americana/SP (desde 2044).
Lançou em 1981, “Transparecer a Escuridão”, produção independente de poesias e crônicas, e, em 2010, “Só Concursados – diversos poemas, crônicas e contos premiados”.
Com mais de 215 classificações conquistadas em inúmeros concursos realizados, em várias partes do país, tem trabalhos editados em mais de 80 publicações.


















MENÇÃO HONROSA
         Prêmio: Certificado Menção Honrosa + livros: “Cronicoesia” de Eliseu F. Campos e “Gota de Ânimo” de Eliseu F. Campos
OS GALOS DA MINHA RUA
                          I
Os galos que rondam
a minha rua
à luz trêmula do luar    

não ciscam gravetos do chão
nem dizem cocoricó

um bando chega
outro foge

às vezes duelam
na curva das esquinas

quem é o dono do terreiro
qual grita mais alto
o maior

II
Quando erguem o aço frio
da ponta de seus bicos
noite adentro
tudo cessa de repente

miados no telhado
a estrela cadente
ave-marias à beira da cama

E a monotomia estúpida
da cantiga entoada
atravessa janelas
ameaça por baixo das portas

                             III
As mãos que os fazem
expelir fogo
assustando os cupidos

há pouco
brincava de pega-pega
pipas no fios elétricos
rodar pião

há muito
carregam a morte e a vida agarradas
à brutal cicatriz branca
do pó

                                      Reginaldo Costa de Albuquerque (Íris)
                                      Campo Grande - MS


         Reginaldo Costa de Albuquerque: 48 anos e campo-grandense-MS de coração. Possui mais de duzentas premiações literárias em concursos de poesias, sonetos e contos. Mais de 100 antologias. Autor do livro “Sonetos no azul da tarde”.













Nota: Soneto, embora seja belo, o encanto da poesia, tem *regra, a seguir, e quem o faz sabe disso, por isso fora incluso no Regulamento, que não seriam aceitos Sonetos, neste Certame, que teve como objetivo o tema livre de expressão. Paro, para pensar, num próximo Certame só com Sonetos, quem sabe! 

*Portanto, se tem regra, não pode ser livre.

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